Por Giulia Granchi
Para manter uma rotina saudável, o que comemos desempenha um papel crucial.
Não só porque os alimentos têm o poder de nos fazer ganhar ou perder peso, dormir melhor e mudar nosso humor, mas também porque suas refeições podem ditar o quão bem você vai praticar atividades físicas, incluindo quanta energia você terá para treinar e como seu corpo vai se recuperar depois.
????️♀️ Para quem pratica alguma modalidade esportiva, o pré-treino, refeição feita logo antes de começar o exercício, pode ser visto como um passo importante para alcançar bons resultados, como emagrecimento ou melhora da performance.
Mas, de acordo com especialistas entrevistadas pela BBC News Brasil, esse pré-treino serve mais para garantir saciedade e manter os níveis de energia.
Segundo a especialista, o que realmente importa para ter uma boa performance - seja ao levantar pesos, correr ou outros tipos de atividade - é o que você comeu no seu último "pós-treino", a refeição feita depois do treino do dia anterior.
A nutricionista afirma que "o pré-treino inicia-se no pós-treino anterior", porque é nesse momento que o corpo repõe o glicogênio, a reserva de glicose (o carboidrato mais básico que nos proporciona energia para atividades).
A glicose e o glicogênio são carboidratos essenciais para quem precisa de energia para praticar exercícios, mas desempenham papéis diferentes no organismo.
O glicogênio fica armazenado nos músculos (e no fígado, mas essa parcela não será usada nos treinos) esperando a hora em que o corpo se move e precisa de um gás extra.
Ao "guardar" a máxima quantidade possível, o corpo consegue um estoque suficiente para usar no treino sem depender da refeição mais recente.
Engel cita como boa opção de consumo os carboidratos de rápida absorção, preferencialmente uma combinação de glicose e frutose.
"Essa mistura permite uma absorção mais rápida, utilizando transportadores diferentes. Alguns exemplos são: o cereal de milho (rico em frutose) e a batata, que contém bastante amido (glicose) e uma porção de uvas-passas (que contém glicose e frutose)", diz Engel.
A escolha e a quantidade exata dos alimentos, aponta a nutricionista Jamile Tahim, mestre pela UECE (Universidade Estadual do Ceará), precisa contemplar aspectos como idade, taxa metabólica basal (quantidade de calorias que o corpo precisa para fazer suas funções básicas enquanto está em repouso), peso, a modalidade, o tempo e a intensidade dos exercícios.
Nas horas seguintes ao treino, o consumo de proteína - seja através de alimentos ou suplementos - também é crucial para promover a síntese muscular, acelerando a recuperação e o crescimento dos músculos.
Já o consumo de fibras, como grãos integrais, vegetais e folhas verdes, explica Julia Engel, podem atrapalhar a absorção rápida dos carboidratos, e por isso, deve ser feito pelo menos duas horas após esse consumo de glicose e frutose.
Mas ter uma boa reserva fisiológica para a prática de exercicio físico não significa que você não deve comer pouco antes de treinar ou que a refeição feita algumas horas antes pode ser composta por qualquer alimento.
O pré-treino "imediato", que deve ser consumido entre 3 horas até 15 minutos antes do treino, a depender da quantidade de alimentos e necessidades individuais, tem como objetivo evitar a sensação de fome e manter a glicemia, o nível de glicose no sangue.
A glicose consumida por meio dos alimentos é levada pelo sangue até as células musculares. Lá, ela se transforma em ATP, que é a principal fonte de energia do corpo.
O ideal, segundo especialistas, é que a orientação seja sempre individualizada, levando em conta as características de cada pessoa, seus gostos e o nível de prática de atividade física.
Mas, de forma geral, a nutricionista Jamile Tahim recomenda que a última refeição antes do exercício contenha baixas quantidades de fibras e gorduras, uma quantidade adequada de proteínas e uma concentração maior de carboidratos.
Isso porque o consumo de gorduras, fibras e proteínas aumentam o tempo de esvaziamento do sistema gástrico, o que consequentemente atrasa o processo de eliminação das fezes, e isso pode prejudicar a performance no exercício, explica Tahim.
Fonte: g1
© Copyright 2014 - 2024 - Colinas FM Emissora de Frequência Modulada LTDA | Todos os direitos reservados